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domingo, 28 de outubro de 2012

Viva a diferença : "Me recuso a ser tachada de ‘diferente’ porque meu corpo é roliço demais segundo a estética predominante".


Não, eu não aceito que me incluam no grupo dos chamados diferentes por causa das formas do meu corpo
Não, eu não aceito que me incluam no grupo dos chamados diferentes por causa das formas do meu corpo”? Como assim, “viva os diferentes”? De que ‘diferentes’ eles falam? Agora, temos uma nova raça humana habitando entre nós e estão querendo nos avisar disso? Santa hipocrisia vomitada pelos ‘diferentes’!































Sou diferente porque meu código genético é só meu, mas sou ser humano como todos e por isso me recuso a ser tachada de ‘diferente’ porque meu corpo é roliço demais segundo a estética predominante. Só aceito ser chamada de diferente diante dos meus sonhos, desejos, necessidades e vontades próprios. Porque tenho uma percepção do mundo que é só minha, que foi sendo criada e alimentada desde o ventre de minha mãe.
Sou diferente porque os meus sentimentos foram trabalhados dentro de mim de acordo com minhas vivências. Portanto, sou diferente porque eles são exclusivamente meus e só eu sei como eles podem comandar minhas ações e minha postura diante das reações. Não, eu não aceito que me incluam no grupo dos chamados diferentes por causa das formas do meu corpo. Sou ser humano como os outros sete bilhões existentes nesse mundo cheio de individualidades, mas que alguns parecem insistir em querer deixar igual.
Hitler queria um mundo onde a raça ariana predominasse e para isso perseguiu e cometeu atrocidades contra grupos indesejados que ele achava pertencer a uma classe inferior, causando o que se tornou conhecido como Holocausto. E hoje, o que a mídia, a indústria consumista e os formadores de opinião vêm fazendo? Excluindo pessoas pelo seu tipo físico, colocando-as à margem, fazendo milhares desistirem de suas vidas, vivendo presas dentro de jaulas cujas grades são reforçadas pelo preconceito, pela discriminação, pela transformação da individualidade em algo dispensável. Corpo, alma, coração, caráter e valores agora precisam ser loiros, olhos azuis, cabelos sedosos e corpo esguio. Diferente dos pijamas listrados do Holocausto, as pessoas agora precisam usar roupas ‘azul bic’, a cor da estação.
Dramático demais? Sim, pode soar bastante exagerada a comparação. Nunca vou deixar de marejar os olhos ao ler qualquer coisa sobre aqueles dias de dor e sofrimento a que os judeus e tantos outros tiveram que suportar por imposição de um homem que nem sei se podemos chamá-lo de humano. Aliás, ele sim deve fazer parte do grupo dos ‘diferentes’. Mas eu também não vou deixar de me compadecer com os milhares de depoimentos que recebo de mulheres relatando humilhações sofridas em todos os âmbitos da vida, da vontade que possuem de poderem realizar coisas profissionais, mas que não têm coragem porque se sentem ridículas diante de uma sociedade que diz que, se ela está gorda, é incapaz.
Diferentes para mim são todos esses que se deixam ficar iguais. Que aceitam sem questionar, que têm medo das próprias vontades. Para mim, diferente é quem desiste de si mesmo, abrindo mão da individualidade que nos faz sermos únicos e especiais mesmo estando em meio a bilhões de iguais.




























O corpo e o sexo: "O visual atrai, mas muito mais excitante e sedutor que um corpo é o conhecimento de si mesma refletido nas atitudes".


Há muitas gordinhas satisfeitíssimas com suas relações sexuais e amorosas porque se amam.





Asexualidade sempre foi representada por mulheres nuas ou seminuas, de corpos esculturais, que nos levaram a crer que só elas, e apenas elas, tinham o poder de oferecer e ter uma vida sexual ativa e satisfatória.
A gostosa estampada na capa da revista faz um bem danado aos homens, que discorrem em rodas de amigos, detalhadamente, os melhores atributos da moça. Nada contra, acho perfeitamente normal apreciar o que se gosta e se acha belo, o problema nessa história é que a maioria das mulheres passa a se comparar com a dita cuja e, sinceramente, comparações são um grande problema.
A insatisfação gerada pela péssima visão do próprio corpo está levando muitas mulheres a terem menos relações sexuais com seus parceiros do que querem ou desejam. Quando falamos em insatisfação com o próprio corpo, quase todos imaginam que sejam mulheres gordas as insatisfeitas. Porém, esse culto ao corpo não atinge apenas as de formas mais protuberantes, mas toda e qualquer mulher.
Na verdade, conheço um monte de gordinhas satisfeitíssimas com suas relações sexuais e amorosas porque se amam, se entregam, sabem o que estão fazendo, e conheço também magras infelizes sexual e amorosamente. A questão não é estar ou não acima do peso, ser ou não ser magra, mas a forma como se lida e se conhece o próprio corpo e se trabalha as emoções.

    

 

    
      
   



      

O visual atrai, mas muito mais excitante e sedutor que um corpo é o conhecimento de si mesma refletido nas atitudes. Uma mulher confiante não tem vergonha de dar e receber amor e prazer, exerce plenamente sua sexualidade e, diferente do que muitos pensam, não faz isto para agradar ao companheiro, mas porque sabe ressaltar suas qualidades e lidar com seus defeitos. Da mesma maneira que tem consciência de ser imperfeita, também não quer um homem perfeito na sua cama e em sua vida.
Quando uma mulher, independente da circunferência da sua cintura, se gosta, se cuida, se valoriza e, acima de tudo, sente orgulho de si mesma, ela consegue uma luminosidade diferente e homens adoram mulheres que seduzem pelas palavras e atitudes muito mais do que pelas curvas ou exposição do seu corpo. Sendo assim, com ou sem celulite, com ou sem estrias, com poucas ou muitas curvas, o mais importante é a aceitação do seu corpo como templo de amor e prazer, não permitindo que a opressão da mídia acabe com sua autoestima e, consequentemente, com sua libido.
A repressão causada pela avalanche de editoriais estampando corpos ‘photoshopados’, criando uma imagem de perfeição inexistente, vem fazendo das mulheres meras expectadoras de suas vidas, atrapalhando relacionamentos, desfazendo outros tantos, pois elas acreditam que para serem felizes, amadas e realizadas é preciso que sejam magras, o que é uma grande inverdade. Particularmente, tenho muito mais confiança em quem consegue ser feliz mesmo contrariando as regras existentes do que em quem isola a própria personalidade para ser mais um numa multidão cheia de hipocrisias e falsa aceitação.

O poder da mulher plus size na hora do sexo


Amor é prosa, Sexo é poesia' já diz a letra de 'Amor e Sexo' cantada pela nossa querida titia Rita Lee. Mas como fazer uma poesia cheia de prazeres quando se está acima do peso e mil dúvidas e estigmas rondam os pensamentos das mulheres plus size?
Descobri o que realmente impede estas mulheres de se soltarem na hora do sexo e o que devem fazer para se sentirem poderosas e oferecer aos seus parceiros uma verdadeira viagem de prazer nas curvas de seus corpos. Vem comigo.


Luz acesa ou apagada
Diante dessa liberdade sexual, diga-se aí poder de escolha, um homem só vai pra cama com uma mulher se ele estiver realmente interessado. Portanto, em vez de se preocupar com a celulite, as estrias ou a flacidez do seu corpo, foque em dar e receber prazer. Lembre-se, você está na cama com um homem que te deseja e quer te fazer feliz, e ele não está preocupado com as imperfeições do seu corpo, apenas com o prazer que irão sentir. Neste momento, ele quer saber o tamanho do seu desejo por ele, e o que menos importa nessa hora é a intensidade da luz elétrica.




Fantasiar é preciso
Fantasiar é uma ótima estratégia para apimentar a relação. Que atire o primeiro papel de bala quem não teve ou tem uma fantasia sexual. E é óbvio que nós, plus size, também temos. A grande questão é que as mulheres acima do peso ainda se sentem constrangidas ao falar sobre isso com seus companheiros com medo de se sentirem ridículas. Não é qualquer fantasia que fica bem em mulheres gordinhas, então, o mais importante é saber escolher. Geralmente, as de enfermeira, colegial e policial caem bem porque têm decote em V, que alonga o colo e valoriza os seios, além de não marcarem as dobrinhas e ressaltarem as coxas roliças.
Outra dica é o espartilho, as meias 7/8, a cinta-liga e, claro, um salto alto. Aliás, este deve fazer parte de qualquer fantasia. Procure comprar uma cor que combine com sua pele e um modelo que valorize suas curvas, fazendo com que se sinta sexy, gostosa e poderosa.
Não se esqueça jamais de estar com a depilação em dia, unhas dos pés e mãos bem feitas, cabelos e pele sedosos e perfume na medida certa. Garanto que não há homem que vá te achar ridícula, a não ser que ele não mereça estar na cama com um mulherão como você.


Conhecendo o próprio corpo
De tanto a mídia dizer que gordo é feio, mulheres acima do peso passaram a ter certa repulsa pelos próprios corpos, e algumas ainda sentem-se constrangidas em falar sobre masturbação e a praticar. Eu, confesso, não entendo o porquê. Qual o problema de alguém conhecer o próprio corpo? Penso que problema existe quando não nos conhecemos e ficamos exigindo de nossos companheiros um prazer que nem nós sabemos onde está.
O seu corpo é o seu bem mais precioso. Estando gorda ou magra, ele é seu, e você tem obrigação conhecer cada milímetro dele, cada ponto que, tocado, vai fazer com que você vá às nuvens e volte, e isso homem nenhum vai te ensinar. Esqueça a mídia e tudo o que falam, e se entregue a você mesma antes de querer pertencer a alguém.


Transar com quem aparecer
Mulheres acima do peso parecem presa fácil para levar para a cama, e muitas vezes são, sim. Sinto-me revoltada ao dizer isso, mas é verdade. E a culpa é nossa, sabia? Sim, porque, definitivamente, não precisamos transar com qualquer homem que queira nos levar pra cama. Só que muitas e muitas mulheres acima do peso se rendem a estes rascunhos de homens e cedem por se acharem tão pequenas e insignificantes que, naquele momento, acreditar ser desejada causa-lhe um estado de euforia que faz desaparecer qualquer pensamento mais inteligente.
Ela vai, transa, o tal projeto de homem depois mal olha na sua cara e o que era êxtase torna-se mais um peso para esmagar mais ainda sua autoestima, já tão abaixo de zero. Ame-se primeiro para que nunca mais alguém a use como um objeto. A escolha é toda sua.



Posição sexual
Tá, eu sei que não dá pra realizar algumas acrobacias estando com uns quilos a mais, mas isso não pode te impedir de inovar na hora do “rala e rola”. O primeiro passo para uma relação sexual satisfatória e digna de quero mais é estar bem com você mesma e com o seu corpo. Do contrário, pode decorar o Kama Sutra de trás pra frente e de frente pra trás, aprender a fazer massagem tântrica e mais inúmeras performances que nada vai adiantar e vai continuar frustrada.
O que vai te fazer uma mulher de verdade na cama com o teu companheiro não é estar gorda ou magra, mas a forma como entrega o teu corpo e os teus sentimentos a ele para que seja templo de prazer para ambos.



Insegurança
Quanto mais você tentar esconder o que acha que é defeito em seu corpo, mais vai chamar a atenção para o local, ou seja, não faça isso. Você está na cama com um homem que te deseja e não em uma passarela de concurso de beleza. Portanto, pare de puxar o lençol para cobrir o corpo, entre debaixo do chuveiro com ele, se o desejo dele for apertar a sua barriga, qual o problema? Entregue-se, jogue-se, aproveite o momento.
Você sabia que homens também são inseguros? Que eles também querem ser elogiados? Que se preocupam se estão agradando? Pois é, eles são, principalmente na hora do sexo. E através dessas suas atitudes de insegurança, ele também vai se sentir péssimo porque vai entender que não está agradando, já que você não está à vontade no momento mais íntimo de vocês dois.



Homens são diretos
Homens detestam joguinhos de adivinhação, a não ser que seja com intuito sexual, e são sempre diretos. Se o cara diz que você está linda, ponto, você está linda. Se ele diz que você está gostosa, é porque você está gostosa, fato. Porque é tão difícil acreditar no que ele diz, será que é porque você mesma não acredita ser merecedora de elogios? Acha-se tão ruim assim que homem nenhum poderia se encantar por você?
Vou te informar que se continuar agindo assim vai perder o gato e a culpa não será dele, porque, sinceramente, é um porre ficar ao lado de alguém que, além de não aceitar, rebate todo e qualquer tipo de elogio, além de se achar um nada. Acorda, Menina! A época dos contos de fada acabou e se eu fosse você tratava de transformar esse sapo em um homem maravilhoso, porque príncipes não existem, mas princesas também não.



Foto

Vai queimar o que agora?



"De que adiantou queimarmos sutiãs em praça pública em busca de liberdade se passamos a ser prisioneiras da opinião alheia, se nos deixamos massacrar pelas capas de revistas 'photoshopadas'?".


Foto: Acervo Tati Gaião


Os movimentos que buscam direitos igualitários entre homens e mulheres, que visam exterminar a opressão em que o sexo feminino sempre viveu e, principalmente, pela liberdade feminina, vêm de longa data. E um dos protestos mais marcantes foi a famosa ‘queima de sutiãs’, em 1968, em Atlantic City, EUA.

Todos estes engajamentos pelas militantes e as transformações culturais e econômicas deram-nos acesso à pílula anticoncepcional e o poder de decidir com qual e com que frequência vamos pra cama com um homem. Saímos para o mercado de trabalho e hoje somos maioria nos bancos das universidades e pós-graduações. Passamos a prover nosso lar, a dividir a conta do restaurante com o namorado e as despesas de casa com o companheiro. Porém, diante de toda essa liberdade e independência, acabamos nos deixando ser oprimidas. Desta vez, pelos conceitos rígidos de uma beleza inalcançável que tem freado e reprimido possibilidades gigantescas de realizações pessoais.
De que adiantou queimarmos sutiãs em praça pública em busca de liberdade se passamos a ser prisioneiras da opinião alheia, se nos deixamos massacrar pelas capas de revistas ‘photoshopadas’, se passamos a acreditar que não temos o direito à felicidade e a realizações porque não nos enquadramos em um padrão estético de beleza? Que liberdade é essa pela qual lutamos se hoje somos reféns dos medos e angústias que permitimos se instalarem em nós, advindos da discriminação pelo tamanho do nosso corpo?  Que tipo de liberdade pensa que exerce se você mesma não se respeita ao não se dar o direito de ser simplesmente você, com todos os seus defeitos, qualidades e gordurinhas extras?
A mídia massacra, mas você se deixa massacrar. Fica sonhando com o corpo magro da atriz famosa, fazendo dele o ponto central da sua vida. O companheiro que te ama, os filhos maravilhosos que possui, o trabalho enobrecedor que exerce, a saúde em perfeito estado parecem não ser suficientes para te fazer feliz, porque passou a acreditar que quem é gordo não tem direito à felicidade. Da liberdade conquistada de poder ir e vir, de exercer o papel de mulher na sociedade moderna, tornou-se prisioneira do preconceito contra si mesma. E agora, para se livrar desses grilhões, o que você vai queimar em praça pública?


Polêmica no mundo Plus Size


No comercial da Marisa, passar fome valeu a pena pois o verão dela será feliz porque está magra.
No comercial da Marisa, passar fome valeu a pena pois o verão dela será feliz porque está magra.
Outro dia, falei na minha página no Facebook sobre a Marcyn estar usando modelos magras para vender produtos para mulheres Plus Size e de como isso me incomodou. Postei na fan page da marca minha indignação e a resposta veio ligeira: "Concordamos totalmente com o seu ponto e, inclusive, aproveitamos para te contar, em primeiríssima mão, que já estamos preparando uma nova sessão de fotos com uma modelo mais adequada ao perfil destas coleções". Pensei: "Ótimo! Mais um passo dado, mais uma empresa nos tratando como reais consumidoras".
Nesta semana, vi um 'burburinho Plus Size' nas redes socais, a respeito do último comercial das lojas Marisa e fui ver do que se tratava. Nele, a modelo narra uma homenagem à dieta que fez consumindo apenas chuchus, pepinos, sopas ralas e demais leguminosas, abrindo mão de alimentos engordativos, finalizando que tudo valeu a pena, já que o verão dela será feliz, subliminarmente, porque está magra.
Não sou facilmente influenciável por anúncios, mas me senti tão à vontade vendo a Dove expondo aquela diversidade de tipos, corpos, cabelos e peles que passei a consumir alguns produtos da marca. No íntimo, era uma maneira de dizer: oba, vocês nos enxergaram, nos colocaram para vender para mulheres reais produtos que podem torná-las mais especiais do que já são. Deu certo! Por favor, continuem. Eu sou mulher e, como toda mulher única, quero cooperar para que vocês nos ajudem a modificar esse pensamento que faz sofrer tantas outras. Acho que esta foi a única campanha que realmente vi mulheres de verdade se comunicando com mulheres reais. 
Outro dia, vi uma propaganda de makes onde quatro amigas se arrumavam para ir para a balada. Abre o close e lá estão elas na pista de dança sendo 'apreciadas' por alguns rapazes. E nenhuma era gorda. Ou seja, gorda não se diverte, não é paquerada e não pode se jogar numa pista de dança e se acabar de alegria?  Aí que entra a questão da autoestima, do amar-se de verdade. Porque lutar contra o preconceito é uma coisa, mas não temos que nos sentir diminuídas diante de um comercial, porque isso só mostra que realmente não estamos à vontade e seguras de nós mesmas com um quadril de mais de 1,30m.
Rasguem todas as mídias impressas, não vejam mais TV, a não ser "Drop Dead Diva" e "Mike e Moly". Esqueçam que o mundo capitalista oferece todo tipo de produto, porque a grande maioria deles é para o público magro, já que raramente vemos um gordo, ou uma gorda, estrelando qualquer anúncio, a não ser quando é para satirizar. Na verdade, absolutamente todos mostram mulheres magras, felizes, sendo cortejadas por homens bonitos, aparentemente bem sucedidos e ávidos por ter uma mulher como aquela ao seu lado. Para as gordas, sobra o quê? Gordas não menstruam, não lavam os cabelos, não escovam os dentes, não se maquiam, não hidratam o corpo e nem possuem família, já que nunca vi uma estrelando um anúncio de margarina.
Mas se fizessem um comercial de um carro pra mostrar o espaço interno e fosse uma gorda a modelo do anúncio, um monte de gente iria dizer que é preconceito. Portanto, não é assim que vamos conseguir nosso espaço. Temos que entender que lutar para fazermos parte da sociedade como um todo não quer dizer excluir as outras pessoas que são magras. Acredite, tem quem goste de fazer dietas, quem se sente bem fazendo exercícios. Até mesmo nós, gordos, quando começamos um exercício físico nos sentimos bem.
Temos que valorizar nosso poder de compra, nosso potencial como consumidores e fazer valer nossa imagem. Exibir uma mulher magra para vender um produto desenvolvido para gordos é ruim, mexe com nosso intelecto e é isso que temos que exigir, gente como a gente dizendo: esse produto é bom, foi realmente desenvolvido para nós, vale a pena comprar. Isso é buscar igualdade, isso é poder de escolha.
A estrutura das mensagens dos anúncios é diferente, até porque precisa ser adequada para cada veículo, mas a mensagem subliminar é sempre a mesma: se você é magra, consegue conquistar tudo, até mesmo um período menstrual feliz!
Fora os anúncios das confecções GG, que possuem um departamento de marketing inteligente e colocam Plus Size para venderem para Plus Size, ninguém nunca viu um comercial estrelado por uma gorda, por mais linda que ela seja. Então, por que este espanto todo com as ‘baby cenouras, as sopas ralas e a chia’? Elas são mais indigestas que os anúncios de redutores de medidas e de algumas cintas modeladoras que são feitos por modelos magras, e que nós, além de comprarmos, simplesmente nunca reclamamos?
Se é para colocar a boca no trombone, que façamos com propriedade de causa, ética, um ótimo discurso e sem nem um resquício de "coitadismo".