segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

ANOREXIA , TAMBEM EM HOMENS





Anorexia nervosa
Bulimia nervosa
O que é
Transtorno alimentar caracterizado por um grande temor de ganhar peso, ainda que o paciente esteja muito abaixo do peso ideal. Ele se impõe, então, uma rígida dieta de restrição alimentarTranstorno alimentar caracterizado pelo ciclo formado por uma etapa de grande ingestão de alimentos e outra de compensação ou purgação: força-se o vômito ou ingere-se laxantes e/ou diuréticos para eliminar a comida. Existe também o bulímico não purgativo, que faz exercícios físicos obsessivamente e passa por períodos de jejum. Nos dois casos, também há temor de ganhar peso
Causas
Em 70% dos casos, há predisposição genética. Contribuem ainda a chamada cultura da "beleza magra" e o estímulo à busca do corpo ideal
Sintomas
Queda de cabelo e da temperatura do corpo, ressecamento das unhas, perda de tecidos ósseos e irregularidades cardíacas. Nas mulheres, a doença pode desencadear interrupção do ciclo menstrual e infertilidadeA falta de nutrientes leva à osteoporose, irregularidades cardíacas, queda de cabelo e da temperatura do corpo e ressecamento das unhas, além das dores abdominais, inflamações anais e descontrole intestinal
Perda de peso
O paciente sempre emagreceO paciente nem sempre emagrece. Ainda que ele induza o vômito ou use laxantes e/ou diuréticos, entre 30% e 50% da alimentação são absorvidas pelo corpo
Consequências
O anoréxico pode morrer em estado de desnutrição. Desidratados, os pacientes sofrem perda de eletrólitos, principalmente potássio, fundamental para o funcionamento muscular e cardíacoO bulímico pode morrer devido aos métodos purgativos – há pacientes que chegam a vomitar 15 ou 20 vezes por dia –, que estimulam a desidratação e perda de eletrólitos




Como identificar uma pessoa com bulimia ou anorexia nervosas 
Sinais mais visíveis
 não se alimenta na frente de outras pessoas: diz que já comeu ou que ainda vai comer

 mesmo muito magra, age como estivesse sob dieta, controlando as calorias dos alimentos que ingere e revelando medo excessivo de engordar

 faz exercícios compulsivamente e mostra-se culpada quando não se exercita

 dissimula a aparência, usando roupas folgadas e penteados que escondem a proeminência das maçãs do rosto

 afasta-se das pessoas, tornando-se desconfiada e agressiva

 apresenta sintomas de desnutrição: tontura, desmaio, fadiga, sono ou insônia e inchaço no corpo, especialmente nas pernas

 emagrecimento súbito, sem motivo aparente

Sinais menos visíveis

 vômitos após as refeições: visitas sistemáticas e demoradas ao banheiro depois de comer podem denunciar a prática

 uso de laxantes e diuréticos: queixas de cólicas abdominais, inflamações anais ou descontrole intestinal dão os sinais

Fonte: Marco Antonio De Tommaso, psicólogo e membro da Associação Brasileira para Estudos sobre a Obesidade



Fonte: Raphael Cangeli Filho, psicólogo






O pensamento fixo na magreza e a busca pelo corpo ideal são características fundamentais para entender duas doenças que rondam homens e mulheres jovens, especialmente os adolescentes. Anorexia e bulimia nervosas são transtornos alimentares classificados como doenças mentais. No entanto, os dois males possuem diferenças significativas que, quando detectadas de maneira correta, podem ser a chave para o sucesso do tratamento. Marco Antonio De Tommaso, psicólogo e membro da Associação Brasileira para Estudos sobre a Obesidade, é especialista no assunto e explica quais são as causas dos males, suas consequências e o que se deve fazer diante de um paciente. 
 
Qual é a origem dessas doenças?
A anorexia e bulimia nervosas existem há muito tempo, desde a época em que beatas ou candidatas a santas se purgavam e faziam jejum, como Catarina de Siena, no século XVI. Mas recorrência dessas doenças aconteceu na segunda metade do século XX, quando a busca pelo corpo ideal tornou-se parte bem viva da nossa sociedade.

Quais são suas causas?
As causas podem ser diversas. Nos transtornos alimentares, já existe uma predisposição genética da pessoa que desenvolve a doença. Além disso, os males podem se manifestar em pessoas com baixa auto-estima ou extremamente preocupadas com a beleza, influenciadas pela cultura do corpo magro e a busca pelo peso ideal. Esses são os chamados fatores desencadeantes.

Por que a anorexia nervosa leva à depressão na maioria dos casos e pode interromper o ciclo menstrual da mulher?
Habitualmente, a anorexia vem sobreposta à depressão. Em 75% dos casos, os pacientes são também depressivos, sempre insatisfeitos com o corpo e escravos da alimentação – ou falta dela. O ciclo menstrual é interrompido porque, quando a menina emagrece, ela se priva de nutrientes e com o tempo passa a produzir menos hormônios. A menstruação começa a falhar e pode parar definitivamente. Se este estágio dura por muito tempo, ela pode ficar estéril.

Existem outras complicações para os pacientes de anorexia e bulimia nervosas?
Sim, muitas. Osteoporose, irregularidades cardíacas, como arritmias, queda de cabelo e da temperatura do corpo. Além disso, há a predisposição ao Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), pois essas pessoas passam a contar compulsivamente as calorias da comida que vão ingerir, medir líquidos, cortar os alimentos em pedaços muito pequenos, entre outras manias.

É difícil para o paciente de transtornos alimentares se assumir doente?
Sim. O anoréxico não pensa que está doente, ele acredita constantemente que está acima do peso. E ele nunca procura tratamento médico por causa da anorexia propriamente: isso pode ocorrer por conta da depressão ou outras consequencias da doença. Já os pacientes de bulimia nervosa costumam procurar tratamento de forma menos complicada. Na maioria das vezes, eles têm vergonha do que sentem, mas se assumem doentes com mais facilidade.

Algum indício indica para a própria pessoa que ela sofre da doença?
Se você só fala em forma física, calorias e dietas, faz exercícios compulsivamente, deixa de sair com amigos para malhar ou por que não quer comer e emagreceu subitamente, fique atento. São os sinais.



Anorexia nervosa
Gilson Pereira Júnior, 27 anos, vendedor – São Vicente (SP)Eu tinha 17 anos e era gordinho. Tenho 1,70 m de altura e, na época, pesava 90 kg. Resolvi emagrecer por conta própria e, em dois meses, perdi 34 kg. Tomava diuréticos e remédios para emagrecer. Além disso, ficava seis dias só bebendo água e, no sétimo, comia alguma coisa para não ficar completamente sem forças. Nessas refeições, ingeria coisas bem leves, como salada, carne branca e arroz, mas em quantidades bem pequenas.
Tinha medo de engordar – e ainda tenho. Só depois de um ano é que percebi que estava realmente doente. Procurei um psiquiatra e parei a dieta. Engordei 4 kg, cheguei a 60 kg com ajuda da minha família. Mas, em seguida, voltei a emagrecer. Estava me sentindo horrível. Minha família quis me internar em um hospital especializado em transtornos alimentares, mas eu não queria. Para mim, seria muito vergonhoso ser internado. Então, decidi fazer musculação para manter o peso e não engordar demais. Fui ganhando músculos. Hoje, peso 75 kg, mas quero emagrecer de novo, porque ainda penso como um anoréxico.
João Paulo Olisan, 20 anos, estudante – Rio Branco (AC)
Meu sonho sempre foi ser modelo e ator, mas fui uma criança gordinha: com 1,71 m, cheguei a pesar 80 kg. Em 2006, comecei um regime e consegui perder 12 kg por minha conta. Foi aí que começaram os sintomas anoréxicos: não queria comer mais nada porque tinha medo de engordar tudo o que havia perdido. Eu comia muito pouco, pulava refeições, não saía do apartamento para não comer fora, insistia em ficar sozinho para
não cair em tentação. Consegui, assim, perder mais 8 kg e cheguei aos 60 kg – minha meta inicial. Mas o medo de engordar continuou. Não parava de emagrecer e cheguei a pesar 58 kg, o mesmo que eu tinha aos 12 anos. Quando cheguei aos 50 kg, minha família me levou ao médico. Comecei tratamentos contra o TOC (transtorno obsessivo compulsivo) e a depressão e engordei 7 kg. Hoje ainda sou escravo do laxante e quero perder 2 kg, mas não sou mais depressivo e tenho vontade de viver.
Bulimia nervosa
Heivid Barbosa Santos, 23 anos, gerente financeiro – Belo Horizonte (MG)
Aconteceu quando eu tinha 16 anos. Fui infectado por uma bactéria, que me deixou de cama por vários dias. Por causa desse problema, tudo o que eu comia pesava no meu estômago e eu acabava vomitando. No começo, não era forçado, foi consequência da doença. Quando melhorei, tinha a impressão de que qualquer tipo de comida me faria mal e, a parti daí,
comecei a forçar o vômito. Emagreci 10 kg em duas semanas. Passei um tempo só comendo gelatina e, quando comia outra coisa, mesmo que fosse bem pouco, colocava o dedo na garganta e vomitava. Eu sabia que estava doente, mas não sabia que era bulimia. Comecei a ler sobre o assunto e fui recuperando meu peso aos poucos. Tive algumas recaídas, mas hoje, com 1,89 m de altura e 95 kg, já não tenho mais esse tipo de reação depois de comer.

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