sábado, 7 de janeiro de 2012

CAGUEIRA

Gagueira pode ser tratada com reprogramações cognitivas

O problema atinge mais de um milhão de pessoas e diminui a autoestima

Entre o sucesso do filme "O Discurso do Rei", filme ganhador do Oscar, e o participante Diogo do Big Brother Brasil, a gagueira está se tornando um assunto presente nas conversas do dia a dia. 

O problema é bastante comum; são cerca de 1,6 milhões de indivíduos com essa dificuldade para falar, segundo a Associação Brasileira de Gagueira (Abragagueira). Mas, não é por isso que ela pode ser tratada apenas como um probleminha simples. 

A fala  pode ser afetada por distúrbios neurológicos, mas há quem tropece nas palavras sem motivo aparente. É possível encontrar crianças, adultos e idosos que manifestam o distúrbio. Há gagos ricos, pobres, com mais ou menos formação acadêmica. 
Mesmo quem é especialista em determinado assunto pode gaguejar na hora de apresentá-lo a outras pessoas. Isto porque a gagueira pode ser desenvolvida por razões psicológicas, como falta de autoconfiança e autoestima. O estresse pode causar episódios de gagueira, que, por sua vez, geram insegurança e mais estresse.
Uma explicação possível para esse problema na fala, seria a velocidade do processamento cerebral. Quando pensamos criamos imagens, sons e sensações internas, que chamamos de sistemas representacionais. Assim, a disfemia pode ocorrer pelo rápido fluxo de informações e pensamentos, quando a velocidade da emissão das informações pensadas não é acompanhada pela boca, ocasionando o atropelamento de palavras e expressões. 
Somos seres sociais e os prejuízos desta situação podem se estender para as relações interpessoais e também as relações intrapessoais, ou seja, nossa própria relação. Perdemos a autoconfiança e a auto estima, o que pode levar a outras psicopatologias e ao isolamento social.

No filme "O Discurso do Rei", o monarca George VI, interpretado por Colin Firth, recorre a muitos especialistas a fim de tornar seu discurso mais eficaz e um chega a recomendar o fumo para relaxar as cordas vocais. A cena divertida não é muito diferente do que acontece, às vezes, na vida real. Existem pseudoespecialistas em todas as áreas, soluções mágicas também.  
Na minha opinião, o que traz melhor resultado são as reprogramações cognitivas, que podem ser feitas tanto pelos métodos da Programação Neurolinguística (PNL) ou pela Hipnose Ericksoniana.

Como todos temos um diálogo interno - uma voz em nossos pensamentos que nos acompanha todos os dias em todos os momentos - um caminho é diminuir a velocidade desta voz e mudar sua tonalidade, o que, imediatamente, promove uma afinação nas expressões verbais. A pessoa fala mais lentamente e, por consequência, a gagueira deixa de acontecer.

O preconceito e a ideologia da fala perfeita sempre existirão, porém, quando isso é divulgado pela mídia, essas representações podem mudar, fazendo com que o respeito seja considerado a premissa para relações interpessoais mais adequadas. O filme e o programa de TV, ao trazerem o assunto à tona, nos fazem entender quem é "diferente" e fazem com que passemos a ser co-participantes no processo de cura.

* Alexandre Bortoletto é instrutor da SBPNL - Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística

Novo medicamento pode amenizar sintomas da gagueira

Substância reduz a ansiedade social, uma das causas do problema

Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, comprovou que o uso de bloqueadores da ação da dopamina no organismo, substância que age de forma negativa na atividade dos neurotransmissores, reduz a ansiedade social e ameniza os sintomas da gagueira.

Os pesquisadores usaram dois tipos de medicamentos ainda em teste para medir a eficiência do bloqueio da dopamina no cérebro. Um deles tinha apenas efeito placebo, enquanto o outro tinha a função de bloquear a ação da substância. Foram avaliados 130 pacientes gagos, mas não foi especificado quais deles receberam o placebo e quais haviam ingerido o bloqueador.

Depois de um ano, os cientistas observaram que 60% dos pacientes apresentavam melhora de sintomas como ansiedade e dificuldade de fala e que, essas melhoras eram resultado da redução dos níveis de serotonina no organismo, regulados pela dopamina. Quando há o bloqueio da dopamina, ocorre a redução da serotonina e da ansiedade , causas do problema.

De acordo com os pesquisadores, laboratórios já manifestaram interesse na fórmula e, ao que tudo indica, o medicamento, chamado de pagoclone, deve chegar às farmácias em dois anos.  






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